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Saúde fecha terceiro trimestre com resultado líquido positivo de R$ 35 milhões
12/12/2025

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou, ontem (11/12), o resultado econômico-financeiro das operadoras de planos de saúde no terceiro trimestre do ano. Os dados, extraídos do Painel Financeiro da ANS, disponíveis no site da autarquia, confirmam a trajetória consistente de recuperação da Real Grandeza Saúde, operadora de autogestão, que vem apresentando desempenho sólido e sustentável ao longo de 2025. O resultado líquido do período – que considera todas as receitas, todas as despesas e o retorno dos investimentos – alcançou R$ 35 milhões.


Uma virada consistente após anos de pressão


Esses números representam uma recuperação expressiva frente ao histórico recente da operação de Saúde. Em 2022, o resultado líquido foi negativo em R$ 42 milhões; em 2023, o prejuízo foi reduzido para R$ 17 milhões; e, em 2024, o resultado ainda fechou negativo em R$ 7,5 milhões.


Já em 2025, o acumulado até agosto já apontava um superávit líquido de R$ 33 milhões, sinalizando a reversão do ciclo de perdas. Com o fechamento do terceiro trimestre, esse resultado avançou para R$ 35 milhões, confirmando a trajetória de sustentabilidade no médio e longo prazo.


“A operação de saúde da Real Grandeza foi impactada pelo efeito Covid, especialmente nas linhas oncológicas, que se tornaram mais complexas em função de diagnósticos tardios. Tivemos também ciclos de baixa nos investimentos e um modelo de subsídio que precisava ser revisto”, explica Patrícia Melo e Souza, Diretora de Seguridade.


“Além de tratar esses pontos, amadurecemos a gestão da sinistralidade e começamos a colher resultados. Estamos em um caminho sustentável, especialmente com o fortalecimento do plano com porta de entrada e foco em prevenção”, destaca.


Mais eficiência, controle e cuidado coordenado


A melhora do resultado assistencial é fruto de um conjunto de iniciativas estruturantes implementadas em 2023 e 2024, entre elas:


  • Lançamento de plano com regulação por Porta de Entrada;
  • Renegociação de contratos com prestadores, com reajustes limitados ao IPCA;
  • Adoção do modelo de reciprocidade em capitation –modelo de remuneração em que o prestador (médico/hospital) recebe um valor fixo por paciente, por um período determinado (mês/ano), independentemente da quantidade de serviços usados, incentivando a prevenção e o controle de custos, e não o volume de procedimentos, sendo o oposto do pagamento por serviço – ampliando previsibilidade de custos;
  • Reforço técnico das equipes, incluindo contratação de enfermeira auditora;
  • Implantação do Projeto Anti-Fraude;
  • Implantação do Projeto Integra, com uso de inteligência artificial para validação de faturamento;
  • Dashboards de acompanhamento desenvolvidos pelo BPO, com supervisão mensal da Fácil (operadora do sistema de saúde)

Essas medidas permitiram conter custos assistenciais sem prejuízo à qualidade do atendimento.


Controle da PIC


Outro destaque de 2025 foi o controle da PIC - Provisão para Insuficiência de Contraprestações (mensalidades). A baixa necessidade de constituição dessa provisão indica que as receitas são suficientes para cobrir as obrigações assistenciais futuras, reforçando a solidez atuarial da operação.


Revisão do Programa Acolher


A revisão do Programa Acolher, que entrou em vigor em julho de 2025, foi decisiva para preservar o equilíbrio do Fundo Especial de Saúde (FESP), utilizado para subsidiar as mensalidades de beneficiários em situação de vulnerabilidade. Após um custo de R$ 33,8 milhões em 2024, o programa passou a ter projeção de R$ 25 milhões, em 2025, e de R$ 14,4 milhões em 2026, assegurando sua continuidade no longo prazo e a concessão do subsídio para quem realmente precisa.


Desempenho dos investimentos


O resultado financeiro também contribuiu de forma relevante. As estratégias adotadas em 2024 garantiram mais retorno em 2025, fortalecendo o resultado operacional e o resultado líquido, além de mitigar riscos de volatilidade do mercado.


Um novo ciclo para a Real Grandeza Saúde


A combinação entre gestão assistencial rigorosa, busca por eficiência administrativa e solidez nos investimentos marca o início de um novo ciclo para a Real Grandeza Saúde. O resultado positivo acumulado até o terceiro trimestre de 2025 reforça a confiança dos beneficiários, valida as decisões estratégicas adotadas e demonstra a capacidade da autogestão de se adaptar a cenários desafiadores, mantendo qualidade assistencial e sustentabilidade financeira no longo prazo.


Resultado da Real Grandeza Saúde – 3T25

Fonte: Painel Financeiro da ANSEntenda como a ANS analisa os resultados das operadoras de saúde


A ANS estrutura a análise do desempenho econômico das operadoras em quatro níveis complementares, que permitem avaliar desde o equilíbrio da operação assistencial até o resultado final, após o retorno dos investimentos e despesas financeiras:


Resultado Assistencial - Reflete o desempenho da operação de saúde propriamente dita. Considera as receitas obtidas através das mensalidades pagas, deduzidos os os gastos assistenciais com hospitais, clínicas, médicos, exames e demais serviços da rede credenciada. No terceiro trimestre de 2025, a Real Grandeza Saúde apresentou resultado assistencial positivo de R$ 68 milhões, evidenciando forte controle da sinistralidade e maior eficiência no uso dos recursos assistenciais.


Resultado Bruto - O resultado bruto decorre do resultado assistencial acrescido das demais receitas e despesas operacionais da atividade de saúde, excetuadas as despesas administrativas. Nesse nível são considerados, por exemplo, outras receitas operacionais, glosas recuperadas, ajustes técnicos e demais efeitos diretamente relacionados à operação.


Com resultado bruto positivo de R$ 53 milhões, a Real Grandeza Saúde demonstra que, mesmo após a incorporação das demais receitas e despesas da operação, a atividade de saúde se mantém superavitária.


Resultado Operacional - O resultado operacional é apurado a partir do resultado bruto, após a dedução das despesas administrativas, como custos com pessoal, serviços de terceiros, sistemas, estrutura administrativa e demais despesas necessárias ao funcionamento da operadora.


O resultado operacional positivo de R$ 9 milhões reflete a combinação entre eficiência assistencial, controle das despesas administrativas e forte desempenho das receitas operacionais e financeiras vinculadas à operação.


Resultado Líquido - O resultado líquido corresponde ao resultado final da operadora, após a consideração de todos os efeitos financeiros e não operacionais, incluindo o resultado financeiro (retorno de aplicações), provisões, impostos e eventuais itens extraordinários. É o principal indicador de sustentabilidade econômico-financeira no longo prazo. No fechamento do terceiro trimestre de 2025, a Real Grandeza Saúde registrou resultado líquido positivo de R$ 35 milhões.